Dicas para diminuir as quedas em idosos
Analisar o espaço no qual o idoso vive é essencial para prevenção
A população idosa no Brasil é de aproximadamente 23 milhões de pessoas, quase 12%, sendo que, até 2025 poderá alcançar mais de 34 milhões. As estatísticas de quedas em pessoas com mais de 65 anos têm chamado a atenção de especialistas. 1 em cada 4 mulheres após os 65 anos sofrem quedas que geram fraturas graves no quadril, necessitando de cirurgia.
“Quedas e as consequentes lesões são um problema de saúde pública e de grande impacto social enfrentado hoje por todos os países em que ocorre expressivo envelhecimento populacional”, afirma Mark Deeke, ortopedista da Unimed Curitiba. Esse tema é de relevância mundial, visto que a população está envelhecendo a passos largos.
As quedas podem resultar em fraturas, ossos quebrados e lesões na cabeça. Outras quedas sem lesões significativas podem fazer um idoso ficar com medo de uma nova ocorrência ou deprimido, tornando essas pessoas menos ativas. Segundo Deeke, as quedas ocorrem devido à perda de equilíbrio postural e podem ser decorrentes tanto de problemas dos ossos e articulações, condições neurológicas ou clínicas que afetam os mecanismos do equilíbrio e estabilidade. “A queda também pode ser sinal do declínio da capacidade funcional ou sintoma de nova doença”, comenta.
O especialista destaca ainda que praticamente metade das mortes de pessoas idosas que caíram em casa acontece após a fratura do fêmur e por conta de suas complicações.
Por outro lado, é possível prevenir que situações assim aconteçam. Mark Deeke é responsável pelo programa de prevenção de quedas ‘Não Caia Nessa’ e listou algumas dicas importantes para evitar as quedas:
1. Cuidados com a casa
A maioria dos acidentes de quedas entre os idosos acontecem em casa, mas alguns cuidados simples podem fazer a diferença e até mesmo evitar acidentes.
A área de maior risco nas casas é o trajeto entre a cama e o banheiro no período da noite, responsável pela metade dos acidentes domésticos. “O que acontece com frequência é que o idoso acorda de noite para ir ao banheiro e, muitas vezes levanta-se rapidamente, o que pode gerar tontura por queda de pressão. Ou ainda ele escorrega em algum tapete ou ainda no banheiro úmido”, explica o especialista.
Por isso, é preciso evitar o uso de tapetes ou escolher opções emborrachadas. Da mesma forma é preciso evitar degraus, escadas e pisos escorregadios. O ideal é substitui-los por pequenas rampas e pisos antiderrapantes. Objetos de uso diário devem ser mantidos ao alcance das mãos, facilitando o acesso. Subir em banquinhos é muito perigoso, em especial na cozinha.
Já nos banheiros é importante instalar barras de segurança laterais nas paredes. Assentos sanitários elevados também auxiliam, bem como um box amplo. Por último, a iluminação faz toda a diferença. “Deixe a cozinha, banheiro e corredores bem iluminados. Interruptores de luz no trajeto e ao lado da cama também ajudam na prevenção à queda”, destaca Deeke.
2. Cuidados fora de casa
Fora do ambiente familiar a situação merece ainda mais atenção. Os idosos devem evitar trechos irregulares, com desníveis ou com pisos escorregadios. Calçados sem salto e emborrachados são mais seguros. “Porém, o ponto mais importante é necessidade de usar a bengala. Em nossa cultura, usar a bengala é símbolo de incapacidade, porém ela é essencial para oferecer a sensação de segurança ao idoso, reduzindo drasticamente as quedas. Dessa forma, precisamos superar o preconceito que ainda existe”, destaca.
Os idosos também devem andar sempre com documento de identificação, bem como com um papel com suas informações pessoais, telefone para contato em caso de emergência e indicações de quais medicações está tomando. “Dessa forma, a equipe médica que atender ao caso poderá avisar os responsáveis facilmente e ministrar um remédio que não interfira com os outros”, ressalta o ortopedista.
3. Exercícios
Movimentar o corpo com atividades físicas é essencial para qualquer pessoa que busque um estilo de vida saudável. No caso dos idosos, essa questão é ainda mais importante, mas deve ser adequado às suas capacidades físicas. Por isso, é preciso procurar um especialista que dê dicas de exercícios apropriados para a idade e condição física. A indicação é fazer no mínimo três vezes por semana, com duração de 40 minutos. Exercícios que visam o equilíbrio, coordenação motora e força são os mais indicados para prevenir quedas.
4. Alimentação
Pode parecer lugar comum, mas uma alimentação correta e balanceada fortalece o corpo, músculos e aumenta a resistência dos ossos, reduzindo a probabilidade de ocorrer uma fratura. Para que uma dieta seja eficaz, ela precisa ser saudável e rica em cálcio e vitamina D. A exposição à luz solar, de 15 a 30 minutos por dia, aumentará a absorção da vitamina D, fundamental na prevenção da osteoporose, uma das principais vilãs das mulheres.
Além de todas essas dicas, é essencial consultar regularmente com o especialista de confiança. É ele quem vai verificar as condições especificas caso a caso. Problemas de visão, coração, pressão, falta de coordenação motora, equilíbrio e articulações podem ser evitadas ou minimizadas com uma consulta. “Prevenir é fundamental para manter a saúde em dia e sem quedas”, conclui Mark Deeke.