Dor lombar crônica é associada ao estresse, afirma pesquisa  

Dor lombar crônica é associada ao estresse, afirma pesquisa

A informação reforça que para o tratamento da dor, o nível de estresse deve ser avaliado

A dor nas costas é um problema que afeta a população do mundo todo. Com o passar dos anos, a coluna vertebral sofre inúmeras lesões decorrentes de má-postura, sedentarismo, sobrepeso, traumas ou doenças. “Lesões do trabalho também estão entre os fatores de risco para dores na coluna lombar. Estes danos prejudicam a estrutura da coluna, que pode causar um efeito cascata: comprime nervos próximos, piora o sintoma de dor e provoca alterações neurológicas”, explica o Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em cirurgia de coluna no Núcleo Avançado de Medicina do Hospital Sírio Libanês.

Por serem tantos os motivos que levam à dor lombar e esta ser uma questão de saúde pública — uma vez que limita movimentos e está entre as principais causas de afastamento de trabalho da população economicamente ativa (abaixo de 45 anos) — pesquisadores da Coreia do Sul avaliaram mais de 8 mil pacientes, para investigar as relações da dor na coluna lombar com aspectos de saúde e parâmetros nutricionais destas pessoas, nos anos de 2013 a 2015. O resultado foi publicado no periódico Nature e concluiu-se que o grau de estresse interfere significativamente nos quadros de dor crônica lombar dos pacientes.

“A pesquisa reforça que cada vez mais o profissional de saúde deve exercer essa medicina humanizada, que considera todos os aspectos de qualidade de vida e contexto social que envolvem o paciente. Assim, analisar o grau de estresse para o tratamento de dor crônica lombar é essencial, uma vez que o estresse intenso e prolongado promove alterações hormonais e estruturais que causam rigidez e processos inflamatórios no organismo, que também são refletidos nas estruturas nervosas que promovem a dor”, esclarece o Dr. André Evaristo.

O paciente que sofre com dores crônicas e altos níveis de estresse, deve buscar meios de reduzir os gatilhos para o estresse, como ansiedade, quadros de depressão, gestão de expectativas, produtividade, entre outros. “Vale o que funcionar para cada um, mas pausas para silêncio, exercício de respiração, meditação, alongamento e até uma boa música pode colaborar para o relaxamento. Se necessário, medicamentos indicados por um médico especialista”, observa o ortopedista.A pesquisa também considerou a rotina de sono, consumo de álcool, condição socioambiental, tipo de trabalho, prática de atividade física, renda familiar, idade, altura, sexo, peso e comodidades.

SOBRE O ESPECIALISTA

Dr. André Evaristo Marcondes – Ortopedista Especializado em Coluna – Mestrando em Saúde Pública pela University of Limerick (Irlanda), possui especialização em Cirurgia de Coluna, em Ortopedia e Traumatologia, e graduação em Medicina pela Universidade de Marília. É membro da North American Spine Society (NASS), Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e, atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Neuro Ortho Spine Center (N.O.S.). Instagram: @dr.andrecoluna | site: www.dicasdrcoluna.com.br