Indústria brasileira da multipropriedade atinge VGV de R$ 59,9 bilhões

Indústria brasileira da multipropriedade atinge VGV de R$ 59,9 bilhões

Indústria brasileira da multipropriedade atinge VGV de R$ 59,9 bilhões

Inédito, estudo desenvolvido pela Caio Calfat Real Estate Consulting e a ser apresentado hoje (17/05) durante ADIT Share, na Costa do Sauípe (BA), revela aumento de 15% no volume de lançamentos em território nacional, destacando crescimento de mais de 40% no valor geral de vendas (VGV)

Uma forma inovadora de adquirir imóveis. Essa é uma das propostas da multipropriedade, modelo de negócios que se popularizou nos Estados Unidos há décadas e vem se consolidando no Brasil. O sistema funciona com base na compra de propriedades por investidores que adquirem uma ou mais frações de um determinado imóvel e dividem tanto o direito de uso quanto as responsabilidades financeiras com os demais cotistas. E mais: os coproprietários podem optar por se hospedar, alugar ou intercambiar seu imóvel com propriedades em outros destinos.

A prova mais concreta da maturidade dessa indústria é seu constante crescimento, registrada ano após ano no estudo mercadológico “Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil”. A edição 2023, a ser lançada hoje, 17 de maio, traz resultados do ano anterior e revela indicadores acima das expectativas, a começar pelo aumento de 43,3% do valor geral de vendas (VGV) potencial, um dos índices mais relevantes para esse segmento. O setor também comemora alta de 15,4% na oferta de empreendimentos que operam neste modelo em território nacional, saltando de 156, em 2022, para 180, em 2023.

A pesquisa tem base em informações coletadas no banco de dados da Caio Calfat Real Estate Consulting, um dos maiores especialistas do segmento na América Latina, combinadas a pesquisas junto aos agentes do setor. Das 180 multipropriedades mapeadas, 97 estão prontas, 69 em construção e 14 em fase de lançamento. As regiões Sul e Nordeste lideram a oferta com, respectivamente, 54 e 51 multipropriedades. Em seguida vêm o Sudeste (43), Centro-Oeste (26) e Norte (6).

Os dados acima registram a história do setor de multipropriedades. Contudo, a base de análise financeira e de tendências do relatório, considerou o mercado corrente nacional, que é composto por projetos que estão prontos há menos de cinco anos e/ou possuem estoque de frações inferior a 95%. Esse universo é composto por 104 os empreendimentos que se enquadram nesse cenário (sendo 50 imóveis em construção, 41 prontos e 13 em lançamento), queda de 9,6% na comparação com os 115 registrados em 2022.

Mercado corrente nacional
O número de unidades habitacionais saltou de 22.398, no mapeamento de 2022, para 25.672 (+14,6%) e o VGV potencial desse grupo de multipropriedades chegou a R$ 47,1 bilhões, crescimento de 38,4% em relação ao ano anterior quando o índice no mercado corrente nacional atingiu R$ 34,1 bilhões. Empreendimentos em construção lideram o resultado, com VGV de R$ 24,3 bilhões, seguido pelos prontos (R$ 16,2 bilhões). Entre as UHs, o estudo destaca 12.608 em construção, 9.717 prontas e 3.275 em fase de lançamento.

Aumentos também foram registrados no número de frações – 628.260, em 2022, e 705.672, em 2023 – e no valor médio delas. Em 2022, cada fração valia R$ 54.201 (ou R$ 57.231, se for considerado o IPCA acumulado de 12 meses) enquanto em 2023 elas chegam a R$ 66.778. O valor médio por status de projeto é de R$ 70.743 (obras prontas), R$ 65.311 (lançamentos) e R$ 64.746 (em construção). 

A média de uso continua a mesma do ano anterior (1.9 semana por fração adquirida), mas varia de acordo com o status do projeto: 2,2 semanas por fração no caso de multipropriedades prontas, 1,8 para as em construção e 1,7 para os lançamentos.

Os resultados são motivados pelos benefícios que a multipropriedade traz tanto ao perfil de investidor – que tem à disposição um modelo de negócio sólido e confiável – quanto ao viajante – que encontra nela uma forma mais racional de aproveitar os momentos de lazer, já que existem empresas especializadas em promover o intercâmbio em diferentes destinos do mundo. É o caso da RCI, maior intercambiadora de férias do mundo, com mais de 4.300 resorts afiliados em mais de 100 países e que tem no Brasil um de seus mercados prioritários. “O país é o terceiro no ranking global, depois dos Estados Unidos e México/Caribe” revela Fabiana Leite, diretora de Desenvolvimento Negócios América do Sul da RCI e coordenadora da Comissão de Propriedade Compartilhada da ADIT Brasil.

Os negócios da RCI seguem em linha com as conclusões de crescimento e diversificação relatados pelo estudo. “2022 foi o melhor ano de toda nossa história, em termos de afiliações”, comemora Fabiana Leite, informando que o Brasil teve 22 novas afiliações com direito a estreia em novos destinos e regiões que chegam para somar ao portfólio, como Maraú, na Bahia; Gravatá, em Pernambuco; e Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, além de destinos conhecidos e demandados como Porto Seguro (BA); Porto de Galinhas (PE); Praia Grande e Ubatuba (SP); Búzios (RJ); Penha (SC) e Pipa (RN). “Além disso, confirmamos dois projetos The Registry Collection, que são o Own Time Home Club Gramado, em Gramado, no Rio Grande do Sul (RS), e o Casa Búzios, em Búzios, no Rio de Janeiro”, finaliza.

Além dos novos empreendimentos, a RCI confirma a abertura de mais de 25 novas salas de vendas, ultrapassando 200 espaços especialmente criados para informar e comercializar os produtos e serviços disponibilizados pela RCI em 78 destinos e 17 estados brasileiros – e que se somam ao leque de ofertas mundiais da companhia.

Também a Wyndham Hotels & Resorts, maior empresa de franquia de hotéis de todo o mundo, com mais de 9.100 empreendimentos em 95 países, comemora dois marcos importantes: ser a única empresa global a administrar empreendimentos de multipropriedade no Brasil e ter alcançado a marca de 14 projetos de multipropriedade em seu portfólio – entre operações e contratos assinados.

Os dois contratos assinados mais recentemente são os projetos Ramada by Wyndham Jaguaruna e o Dazzler by Wyndham Praia do Rosa, ambos em Santa Catarina e desenvolvidos pela FS Empreendimentos, com 88 e 44 apartamentos respectivamente. Essas conquistas ainda marcam a chegada da marca Dazzler by Wyndham no Brasil, o que faz a rede global atingir 9 bandeiras em solo brasileiro dentro de suas 24 marcas existentes ao redor do mundo. A nova marca traz um estilo urbano com soluções simples, convenientes e relevantes para a estadia.

Segundo a Vice-Presidente de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da Wyndham, Maria Carolina Pinheiro, “o nosso desenvolvimento no setor de multipropriedade é explicado pela maturidade do mercado. Cada vez mais os investidores buscam marcas fortes globais que vão dar aos empreendimentos credibilidade na venda das cotas, um know-how de operação consolidado, além de um suporte turn-key, ou seja, apoio desde o projeto até a operação, e uma capilaridade em visibilidade”.

Para este ano de 2023, a Wyndham, que já conta com 37 hotéis em operação no Brasil, planeja assinar ao menos mais 10 contratos, dos 50 que são a meta para a América Latina, região onde o país está inserido. “O desafio existe, mas o mercado está em busca de soluções completas como a nossa. E é isso que nos faz ter a certeza que vamos alcançar essa marca.” O time de Desenvolvimento de Negócios da Wyndham estará no evento ainda com os executivos Armando Ramirez e Luciana Kuzuhara.

Do Brasil, a primeira administradora e gestora profissionalizada de multipropriedade do País, a Livá Hotéis & Resorts destaca que mantém os olhos atentos às tendências e oportunidades, mas leva em conta os aprendizados de mais de três décadas em gestão hoteleira – a empresa é um dos braços de negócios da Atrio Hotel Management, uma das três maiores administradoras hoteleiras do Brasil e primeira de capital 100% nacional –, experiência que permite ampliar o escopo de atuação da Livá para além da operação, fazendo com que a empresa ofereça desde a orientação para compra do terreno no qual se pretende construir o empreendimento, consultoria e modelagem jurídica para a implantação, concepção do projeto e monitoramento de todas as fases da obra até a entrega para a operação.

A empresa está na Costa do Sauípe com uma comitiva integrada por Beto Caputo, João Cazeiro, Rafael Almeida, Fabíola Lima, Israel Isaac e Rafael Delgado, que integra o painel “Desafios de uma Operação Hoteleira- Condominial – Como pagar a conta, onde estão os indicadores e quais cuidados os desenvolvedores devem considerar”. “O ADIT Share é uma oportunidade valiosa de acessar, compartilhar e aprender com as melhores práticas, além de ser um excelente ambiente para trocade ideias e para networking, considerando a ampla presença de investidores, consultorias, construtoras, incorporados e redes hoteleiras nacionais e internacionais”, diz Delgado.