Pesquisa mostra que imunização pode ser acelerada com reforço na infraestrutura de postos de vacinação no Brasil

Pesquisa mostra que imunização pode ser acelerada com reforço na infraestrutura de postos de vacinação no Brasil

Levantamento foi realizado em 5.569 cidades; Municípios demandam itens como geladeira com medição de temperatura, caixas térmicas e acesso à internet, entre outros

O Movimento Unidos Pela Vacina e Instituto Locomotiva juntaram forças para realizar a maior pesquisa já feita com secretários de Saúde dos municípios brasileiros. O objetivo foi mapear os desafios que as cidades enfrentam para vacinar a população contra a Covid-19. Realizado no início de abril, o levantamento quantitativo entrevistou os gestores de saúde de 99,99% dos 5.570 municípios do país.

O SUS é um dos maiores e mais potentes sistemas públicos de saúde pública no mundo e isso se reflete nos números da pesquisa: todos os municípios que responderam à pesquisa possuem sala de vacinação. O que os secretários entrevistados apontam é a necessidade de reforço e melhoria dessa estrutura, para enfrentar os desafios específicos de uma pandemia que impacta o Brasil e o mundo. Do total de municípios pesquisados, 40% não têm geladeira com medição de temperatura e alarme em boas condições, equipamento fundamental para armazenar o imunizante e mitigar o risco de perda de doses. Em 35% a sala de vacinação precisa de adequações. Em 19% dos postos não há internet para o registro de imunização; 12% deles não possuem computador. E 15% apontam a necessidade de equipar as salas com itens como pia com água, sabonete e papel toalha, caixa coletora de perfurocortantes, entre outras melhorias.

“Fomos ouvir quem está na ponta do processo, em contato direto com a população. A pesquisa oferece uma radiografia da estrutura nacional envolvida na vacinação, dos seus pontos fortes e das suas novas necessidades”, explica Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. “É informação primordial para o poder público e para dar mais tração a iniciativas como a do Unidos pela Vacina”, complementa Meirelles.

“A Covid-19 produziu um cenário de extrema complexidade, convidando toda a sociedade para uma atuação cooperativa e solidária. Temos um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo. Mas as características únicas dessa pandemia exigem um aprimoramento urgente na estrutura disponível atualmente no país. E é nesse reforço, seja de equipamentos, itens ou serviços, que colocamos o foco do Movimento Unidos pela Vacina de maneira que o país seja capaz de vacinar rapidamente a população à medida em que as doses cheguem”, afirma Maria Fernanda Teixeira, CEO da Ferena, conselheira de empresas no Brasil e nos Estados Unidos e integrante da coordenação nacional do Movimento Unidos Pela Vacina.

Sistema de vacinação

A falta de imunizante é apontada por 47% dos secretários municipais como o principal desafio para a acelerar o ritmo da vacinação. A boa notícia é que praticamente todas as cidades (99%) previram a vacinação em domicílio e 67% organizaram postos volantes ou sistema do tipo drive-thru. Já a imunização aos fins de semana precisa melhorar: 48% contam com unidades abertas sábados e domingos. O Unidos Pela Vacina está em contato com os municípios e busca parceiros para ampliar a cobertura.

Campanhas de incentivo

Quanto às medidas de prevenção à doença, 98% dos municípios tornaram o uso de máscara obrigatório, 97% realizam campanhas educativas sobre o distanciamento social e outras formas de se evitar o contágio e 86% adotam restrições para o horário de funcionamento de estabelecimentos e de serviços não essenciais. Ainda assim, 54% dos municípios apontam a necessidade de campanhas de incentivo para adesão às medidas adotadas, uma vez que, nessas cidades, metade ou menos da população está seguindo as recomendações. “Informação confiável, clara e precisa é fundamental para o combate à Covid-19. Mesmo com a vacina, é imprescindível manter as atitudes preventivas”, diz Renato Meirelles.

Para 44% dos respondentes, a inciativa privada e a sociedade civil podem atuar na comunicação com a população, levando informação confiável sobre a vacina e o processo de vacinação. “Conectar cidades e estados a empresas, instituições e mesmo pessoas físicas que podem contribuir para acelerar essas necessidades apontadas pela pesquisa é um dos caminhos para alcançarmos o que todos desejamos, que é vencer a corrida pela vida e pela recuperação da economia do país. Já estamos agilizando essas conexões e soluções, fornecendo de transporte de vacinas e caixas térmicas a aventais e seringas”, complementa Maria Fernanda Teixeira.

Sobre o Movimento Unidos Pela Vacina

Criado a partir da iniciativa de Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil, o Movimento Unidos Pela Vacina é apartidário e nasceu com o objetivo de tornar viável a vacinação de todos os brasileiros contra Covid-19 até setembro de 2021. Com esse propósito, mais de 3.000 pessoas entre atletas, artistas, cientistas, empresários, executivose representantes de comunidades, entidades setoriais e instituições da sociedade civil uniram-se à executiva e suas 85 mil voluntárias, potencializando suas forças e vozes em benefício da imunização da população. Com uma agenda de ações, estamos atuando para mobilizar governos, empresários e sociedade civil para retirar entraves e fazer com que a vacinação chegue o mais rápido possível para todos os cantos do Brasil. Mais informações no site: www.unidospelavacina.org.br

Sobre o Instituto Locomotiva

Fundado em 2016, o Instituto Locomotiva nasceu para transformar dados em estratégias e ações para que empresas, instituições públicas e organizações do terceiro setor dialoguem com uma população cada vez mais informada e exigente. O instituto desenvolve pesquisas e estudos com variadas metodologias, colocando-se ao lado dos cidadãos e consumidores como porta-voz de suas demandas.