Qual é o problema de amamentar os filhos em locais públicos?
O Senado Federal aprovou o projeto de lei que veda o constrangimento a mães que amamentem em público. Pelo texto, atitudes voltadas a segregar, discriminar, reprimir ou constranger mãe e filho no ato da amamentação serão consideradas como ilícito civil e a pena para quem proibir a amamentação é de multa com valor não inferior a dois salários mínimos.
Alimentar os filhos em lugares públicos, sejam eles de natureza estatal ou privada, como praças, pontos de ônibus, restaurantes, centros de compra ou supermercados, não deveria causar espanto ou qualquer constrangimento. Em síntese, se o espaço ou estabelecimento permitir o livre trânsito de pessoas, está liberada a amamentação. É preciso entender que a amamentação é um direito da criança e da mulher que assume a responsabilidade grandiosa de propiciar o desenvolvimento sadio e afetivo do seu filho.
Amamentar é um processo natural que deveria ser entendido como um ato essencialmente necessário para a sobrevivência da raça humana. O que é estranho, na verdade, é a necessidade de existir uma lei para garantir esse direito à mulher e à criança. O médico Clécio Lucena, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Minas Gerais, afirma que “a amamentação é uma das mais importantes formas de estabelecimento de vínculo entre mãe e bebê”. Segundo ele, o puerpério (pós-parto) é uma fase difícil para a mulher e o aleitamento pode interferir positivamente para diminuir efeitos psicológicos negativos que podem aparecer com o início da maternidade.
A frase do sociólogo Betinho que ficou mundialmente conhecida “quem tem fome tem pressa” expressa a necessidade de a sociedade se atentar cada vez mais para a sensibilidade de reconhecer que mais de 54 milhões de brasileiros, quase um terço da população do país, não têm comida no prato. Isso gera um estímulo ainda maior para a implementação de uma lei que garanta a amamentação livre, sem que esse ato cause constrangimento e proibição em locais públicos ou até mesmo punição. É preciso entender que a amamentação não é um ato mecânico. É uma decisão. E é no exercício desses direitos e garantias constitucionais que se inicia o processo de decisão a ser construído na gestação e que perdurará pelos primeiros meses de vida da criança. Por isso é preciso persistência, força de vontade e apoio de toda a sociedade, afinal, “quem tem fome tem pressa”.
Autora: Adriana Martins Silva é professora de Direito de Família do Centro Universitário Internacional Uninter
Bairros de Jacarezinho (PR) reduzem em 90% infestação do mosquito da dengue com técnica natural e pioneira no mundo
Resultado foi obtido após oito meses de trabalho conjunto entre cientistas da Forrest Brasil Tecnologia, Prefeitura e Tecpar, que também atuaram na educação dos moradores em três áreas tratadas
A cidade de Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná, conquistou visibilidade após reduzir significativamente os índices de infestação do Aedes aegypti. Com pouco mais de 40 mil habitantes, e distante cerca de 400 km de Curitiba, o município que hoje é referência no combate à dengue já esteve entre os que registraram o mais alto risco de surto de dengue, zika e chikungunya no Brasil.
Enquanto Jacarezinho reduz os índices de infestação do mosquito em 90% na área tradada com os mosquitos estéreis, a situação em todo o país é alarmante e, segundo o Ministério da Saúde, os números nacionais cresceram mais de 200%. A cidade se tornou um caso de sucesso e a Forrest Innovations, que desenvolveu o Projeto Piloto ‘Controle Natural de Vetores’, apresenta esses resultados para cidades do mundo todo. “Os dados comprovam que a tecnologia, aliada ao trabalho de educação e conscientização da população, contribuiu para a redução desses índices. Agora encerramos uma etapa no município, mas continuaremos atuando no monitoramento do mosquito”, conta a diretora Elaine Cristina dos Santos.
A conquista foi possível por meio de uma tecnologia inédita aliada ao apoio e conscientização da população. Há pouco mais de um ano, a multinacional Forrest Innovations, que no país atua como Forrest Brasil Tecnologia, em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), instalou seu laboratório móvel na cidade e iniciou o monitoramento populacional do Aedes aegypti. Jacarezinho é a primeira cidade do mundo a receber esse projeto.
“Desenvolvemos uma técnica natural, que não envolve modificação genética. Os mosquitos machos estéreis são produzidos a partir de ovos coletados na região afetada. O processo de esterilização acontece em duas fases de tratamento, no início do estágio larval e na pupa, de modo que, ao atingir o estágio de mosquito adulto, os machos serão estéreis. A criação massiva de machos estéreis para serem soltos na natureza resulta na redução de novos descendentes, diminuindo assim a proliferação desses mosquitos. O mosquito macho se alimenta apenas de seiva de plantas e, portanto, não pica e não oferece nenhum risco para a população. São as fêmeas que transmitem as doenças, pois precisam do sangue para completar o processo de maturação dos ovos e fazer a postura”, explica a coordenadora do projeto, Lisiane de Castro Poncio.
Nos últimos oito meses, biólogos e técnicos da Forrest realizaram a soltura sistemática de mosquitos Aedes aegypti estéreis em algumas regiões da cidade. Os três bairros mais afetados foram determinados como áreas tratadas para receber esses mosquitos: Aeroporto, Novo Aeroporto e Vila Leão. Outras regiões passaram a ser monitoradas semanalmente como áreas controle. “Além dessas solturas, temos uma equipe na região trabalhando com pesquisa, visitando as residências das áreas mais atingidas e buscando conscientizar a população sobre a proliferação do mosquito”, revela a coordenadora.
O último Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) divulgado no dia 10 de abril de 2019, revelou índice zero de infestação do mosquito nos Bairros Novo Aeroporto e Aeroporto. Esses locais estavam entre os bairros com maior incidência e chegaram a registrar 15% em fevereiro do ano passado. “Esse resultado é uma grande conquista e reflete o intenso trabalho da Forrest Innovations em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o poder público e a comunidade”, comemora a diretora da Forrest Brasil Tecnologia, Elaine Paldi.
Casos de dengue no Brasil aumentam 264%
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra um aumento de 264,1% dos casos de dengue, que passaram de 62,9 mil nas primeiras 11 semanas de 2018 para 229.064 no mesmo período deste ano (até 16 de março). A incidência, que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 109,9 casos/100 mil habitantes até 16 de março deste ano. O número de óbitos pela doença também teve aumento, de 67%.
PR tem aumento de 1.424%
Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de casos de dengue no estado do Paraná teve aumento de 1.424% em comparação com o mesmo período do ano passado. Até o dia 16 de março deste ano, o estado notificou 6.084 casos da doença, no mesmo período de 2018, foram 399 casos. A incidência no estado é de 53,6 casos/100 mil habitantes. O Paraná registrou dois óbitos em decorrência da doença neste ano.
Serviço:
Evento de Encerramento do Projeto Piloto “Controle Natural de Vetores”
Dia 17 de abril de 2019, às 14h
Centro da Juventude José Richa (Rua Rocco Olivieri, 128, bairro Aeroporto, Jacarezinho)
Sobre a Forrest Innovations
A Forrest Innovations é uma empresa multinacional de biotecnologia avançada, com foco no desenvolvimento de soluções para combater os mosquitos vetores de patógenos causadores de doenças de grande impacto para a saúde pública, tais como dengue, febre amarela urbana, chikungunya e zika. A empresa utiliza a “Técnica do Inseto Estéril”, cujo princípio é realizar solturas massivas de versões estéreis de mosquitos machos, que irão promover, gradativamente, a redução da população de mosquitos locais. O grande diferencial da Forrest é a utilização de uma plataforma ecológica baseada em três pilares: (1) o mosquito Aedes aegypti macho estéril não é, e nem envolve o uso de organismos geneticamente modificados; (2) os mosquitos machos estéreis são produzidos a partir da cepa selvagem de Aedes aegypti coletada na própria região a ser tratada, ou seja, não é introduzida uma cepa nova de mosquitos na cidade; (3) o uso de laboratórios móveis, que garantem flexibilidade, rapidez, eficiência e logística necessárias para a produção em massa de mosquitos a serem liberados. A Forrest mantém sítios operacionais estabelecidos em três países: Israel, EUA e Brasil. A filial brasileira (Forrest Brasil Tecnologia Ltda.) conta com infraestrutura de laboratórios e escritórios localizados estrategicamente na proximidade de áreas com altos índices de infestações do mosquito Aedes aegypti. Mais informações no site http://www.forrestinnovations.com