A água está acabando?

A água está acabando?

Juliana Baladelli Ribeiro*

Uma boa notícia: não, a água não está acabando. Não existe um “ralo” por onde a água saia do planeta Terra. Mas a água disponível para o consumo humano, em qualidade e quantidade suficiente, essa sim pode entrar em extinção.

A demanda por água doce está aumentando e ela está ficando mais escassa, com menor qualidade, como relatou recentemente a Unesco. A mudança do clima está provocando maior impacto no ciclo hidrológico, com eventos climáticos extremos mais frequentes, causando enchentes e alagamentos em diversas regiões, assim como estiagens e dificuldade no acesso à água em outras. A falta de água representa um risco econômico, riscos à segurança alimentar e à saúde humana. A água pode ficar cada vez mais cara e seu acesso mais restrito, provocando conflitos de interesse e disputa pelo seu uso.

As metas estabelecidas pelo Brasil no Acordo de Paris incluem a restauração de 12 milhões de hectares de floresta. Em termos de adaptação à mudança do clima e pensando na natureza como solução, saber onde plantar esses 12 milhões de hectares faz uma grande diferença. A restauração ecológica é uma forma muito estratégica de usar os recursos naturais para atingir as metas globais e melhorar a qualidade de vida da população brasileira, especialmente considerando o aumento de resiliência às mudanças climáticas e a retenção de sedimentos que chegariam aos rios, com melhoria da qualidade hídrica e conservação da biodiversidade por meio do estabelecimento de corredores ecológicos.

O relatório da Unesco denominado “Soluções baseadas na Natureza para a gestão da água”, lançado em 2018, aponta a combinação de infraestrutura verde e cinza como opção para redução de custos e redução geral de riscos. A implementação de Soluções baseadas na Natureza para a gestão de inundações – que garantam a infiltração de água na terra e reduzam o escoamento superficial de água – é totalmente coerente com a criação de parques lineares, estratégia defendida pela Fundação Grupo Boticário para adaptação de municípios aos impactos causados por chuvas extremas.

Estudos lançados nos últimos meses, com a participação da instituição, apontam que o investimento em infraestrutura natural promove a retenção dos sedimentos que chegariam até os rios, reduzindo assim os custos de tratamento de água, além de aumentar a vida útil do manancial, retardando em muitos anos a necessidade de buscar outras fontes de abastecimento. Resultados semelhantes foram observados nas bacias do Cantareira, em São Paulo; Guandu, no Rio de Janeiro; e do Rio Vermelho, em Santa Catarina.

O investimento na natureza traz benefícios relacionados ao controle de enchentes e aumento de resiliência que se estendem a outras localidades. Tal estratégia, representaria custos evitados na ordem de quase R$2 milhões de reais por ano aos catarinenses. Em São Paulo, a recuperação florestal de 4 mil hectares e a preservação das áreas naturais existentes levaria a uma redução de R$ 219 milhões em custos com o tratamento de água ao longo de três décadas.

Isso porque a natureza não vê fronteiras: os benefícios de uma área preservada podem ser sentidos a quilômetros de distância. O relatório da Unesco também aborda esse conceito de integralidade dos serviços ecossistêmicos, mostrando que a chuva que abastece a Bacia do Rio da Prata vem da evapotranspiração da Bacia Amazônica.

É preciso lembrar que as Soluções baseadas na Natureza trazem ainda benefícios adicionais, como o sequestro de carbono, que reduz os gases de efeito estufa na atmosfera e os impactos da mudança do clima, maior desafio que a nossa sociedade terá de enfrentar nas próximas décadas. A implantação de ações baseadas na infraestrutura natural permitem a expansão de habitats para a biodiversidade, combatendo as duas principais causas de pressão sobre a biodiversidade apontadas pela Convenção da ONU sobre Biodiversidade, que são a degradação de habitats e a mudança do clima.

As Soluções baseadas na Natureza dependem de ecossistemas saudáveis e somente a proteção dos ambientes naturais garante que poderemos contar com a natureza para nos ajudar a ter melhor qualidade de vida nos próximos anos. A biodiversidade depende de nós para que seja preservada, porém nós dependemos ainda mais da biodiversidade para garantir a vida no planeta, tal como conhecemos. Essa é outra boa notícia: só depende de nós mudar a forma como tratamos a natureza e o quanto poderemos contar com as soluções que ela nos oferece!

*Juliana Baladelli Ribeiro é bióloga e analista de Soluções baseadas na Natureza da Fundação Grupo Boticário

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Estudo do Ministério da Agricultura aponta melhores azeites do mercado

Estudo do Ministério da Agricultura aponta melhores azeites do mercado 

Quem busca ter uma rotina alimentar saudável sabe: não dá pra comprar azeite às cegas. Ano após ano, pesquisas encomendadas por órgãos como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) surpreendem o público geral. Acredite se quiser, na última pesquisa, encomendada em 2018, 59,7% das marcas de azeites extra virgens foram reprovadas para consumo. 

Já o azeite extra virgem importadora paranaense de alimentos La Violetera, desde 2002, é aprovado nos testes nos rankings divulgados pela Proteste. “Isso não só nos coloca na lista dos melhores azeites disponíveis no mercado: é a prova do nosso respeito com o consumidor”, afirma Félix Boeing Jr, CEO da empresa. 

As ações de fiscalização de qualidade do azeite são realizadas desde 2014. A última Operação Isis – nome em homenagem à deusa egípcia que teria criado o azeite extraído da oliveira – foi iniciada em abril de 2017 e estendeu-se até dezembro de 2018 com a participação de 140 auditores fiscais agropecuários de todos os estados. 

Um conselho para quem for adquirir azeite é: não se deixe enganar apenas por embalagens ou origens dos produtos. É comum ir ao mercado e encontrar marcas estrangeiras que, na verdade, produzem algo muito mais semelhante a um óleo do que um azeite de oliva extra virgem. Fique atento aos ingredientes descritos que devem ser 100% azeite de oliva. 

Mas aí vem a pergunta: o que faz um azeite ser extra virgem? Não é permitida a presença de outros óleos refinados, sejam eles de oliva ou de outras origens vegetais. No Brasil, inclusive, isso é um assunto muito importante: depois dos EUA, somos o maior importador mundial de azeite, com 60 mil toneladas em 2017. Isso apenas demonstra o potencial deste produto para crescer no mercado, nos próximos anos! 

Isso também acontece por um ótimo motivo: pesquisas, como uma recente na Universidade de Cambridge (EUA), apontam que uma dieta rica em gordura monoinsaturada – presente no azeite – ajuda a reduzir a gordura abdominal, que aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Portanto, o azeite ainda é uma ótima forma de cuidar da saúde e o seu mercado potencial ainda deve se expandir por muitos anos, com muitas pessoas adotando o tempero no seu dia a dia!

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23 milhões de brasileiros possuem transtornos mentais

23 milhões de brasileiros possuem transtornos mentais

Transtornos como depressão, ansiedade e bipolaridade assombram 12% da população 

Dados recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 23 milhões de brasileiros, ou seja, 12% da população, apresentam os sintomas de transtornos mentais. Ainda de acordo com a pesquisa, ao menos 5 milhões, 3% dos cidadãos, sofrem com transtornos mentais graves e persistentes. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 estimou que 7,6% (11,2 milhões) das pessoas de 18 anos ou mais de idade receberam diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental. Mas, não é só a depressão que atinge os brasileiros, transtornos como ansiedade, bipolaridade e esquizofrenia também estão no topo da lista das doenças mais recorrentes. 

O número de casos tende a aumentar em áreas urbanas, e também em mulheres, que representam dois terços dos diagnósticos para depressão, por exemplo. Por isso, é importante conscientizar todos, tanto os pacientes quanto quem convive com essas pessoas. Pensando nisso, foi lançada a recentemente campanha “Janeiro Branco”, aproveitando a simbologia do início de ano, para incentivar a cuidar da saúde mental e emocional. Segundo o Dr. Aier Adriano Costa, coordenador médico da Docway, as doenças psicológicas não são levadas a sério porque não são facilmente visíveis, como um osso quebrado por exemplo, apesar de serem doenças comuns e estrarem presentes na vida das pessoas. “Mudar depende da mobilização das pessoas para tentar combater o estigma social, evitar rotular e desqualificar pessoas que tem essas enfermidades e orientar já é um bom começo e não tem nenhum custo”, explica. 

Existem, de acordo com o médico, vários sinais e sintomas que podem identificar uma pessoa que não está com uma boa saúde mental, por exemplo: tristeza ou irritabilidade exacerbada, confusão, desorientação, apatia e perda de interesse, preocupações excessivas, raiva, hostilidade, violência, medo ou paranoia, problemas em lidar com emoções, dificuldade de concentração, dificuldade de lidar com responsabilidades, reclusão ou isolamento social, problemas para dormir, delírios ou alucinações, ideias grandiosas ou fora da realidade, abuso de drogas ou álcool, pensamentos ou planos suicidas. 

Para ajudar, inicialmente, é bom estimular o paciente a buscar atendimento especializado com um médico, psicólogo ou um psiquiatra. De acordo com o Dr. Aier, é sempre importante criar um ambiente adequado para que a pessoa que está em tratamento se sinta segura para poder compartilhar seus problemas e aceitar ajudar especializada. Outra dica importante é criar uma rede de apoio, com amigos e familiares, para entender e participar ativamente do processo de terapia. Existem, além disso, diversos outros grupos de apoio que podem auxiliar auxiliam no tratamento. A grande maioria das doenças psiquiátricas tem tratamento eficiente quando diagnosticada de maneira correta, além dos tratamentos estarem em constante melhora e evolução. “Cabe a todos nós como sociedade ajudar para o fim da discriminação e preconceito que estão presentes nas pessoas que tem pouco conhecimento sobre o assunto”, conclui o médico.

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Tendência mundial, hortas urbanas conquistam os brasileiros

Tendência mundial, hortas urbanas conquistam os brasileiros 

Agricultura urbana ganha cada vez mais espaço em empreendimentos verticais 

Já pensou na possibilidade de ter alimentos frescos – e muitas vezes orgânicos – sem precisar ir ao supermercado ou feira? Tendência no mundo, as hortas urbanas, conhecidas também como agricultura urbana, está conquistando os terraços de prédios pelo Brasil. 

Segundo a Benedito Abbud, responsável pelo projeto paisagístico do Duet Mercês, o cultivo de hortaliças e temperos frescos coletivamente no alto dos empreendimentos verticais une razões como o prazer do contato com o verde e com o desejo por uma vida mais saudável. “Os responsáveis pelo cuidado nesses espaços fazem isso voluntariamente e transformam esses momentos em uma oportunidade de conexão com as suas raízes. Muitos possuem origem em cidades do interior e relembram do contato com a natureza na infância. O hábito faz bem para o corpo e principalmente para a mente.” 

Bem no coração do Mercês, em Curitiba, está em construção o Duet Mercês. Um empreendimento planejado com muitos detalhes para fazer essa conexão e que prevê um rooftop com horta comunitária que acompanha a tendência mundial. O espaço terá capacidade de produção de pés e maços de hortaliças como alface, cebolinha, espinafre e rúcula por mês, além de ervas medicinais e temperos como alecrim, hortelã, manjericão, tomilho, orégano, pimenta, salsa e sálvia. 

A estimativa dos especialistas é que cerca de 80% da população mundial viverá nos grandes centros urbanos até 2030. O crescimento urbano, os custos econômicos e ambientais da produção de alimentos no campo e a qualidade dos alimentos produzidos localmente e sem agrotóxicos explicam a força da tendência que já ganhou cidades como Berlim, Londres, Montreal, Nova York e Zurique. 

Abbud reforça a importância da conexão com as tendências internacionais. “A Thá busca sempre estar na vanguarda com projetos que agreguem para a qualidade de vida e bem-estar dos moradores. Estamos constantemente conectados com as tendências que surgem fora do país para adaptar para a realidade local”, explica. 

Do terraço para a mesa dos restaurantes locais 

A Brooklyn Grange Farm, em Nova York, nasceu como um negócio social nos canteiros no topo de dois prédios comerciais no Brooklyn e Queens. Por lá são cultivadas ervas, frutas, legumes e verduras. Parte da produção é vendida para restaurantes locais e parte é comercializada para famílias que queiram receber os alimentos em casa, além da feira realizada aos sábados no topo dos prédios. O empreendimento de cunho social também organiza eventos e programas educacionais, fornece serviços de consultoria e instalação de agricultura urbana e telhado verde para interessados em todo o mundo. 

Projeto em Curitiba beneficia 900 famílias de produtores urbanos 

Em Curitiba, as chefs Gabriela Carvalho e Manu Buffara foram uma das primeiras a comprarem a ideia, investirem e se dedicarem a um projeto de horta urbana e que garante alimentos frescos e orgânicos produzidos por famílias de produtores urbanos. As chefs são mentoras e orientam os agricultores sobre o cultivo dos alimentos. A produção da horta urbana do Rio Bonito, na Região Metropolitana de Curitiba, é integralmente comercializada com os restaurantes das cozinheiras e também consumida entre as famílias envolvidas no projeto. 

A horta do Rio Bonito faz parte do Horta do Chef, projeto da Prefeitura de Curitiba, que foi lançado em março de 2017. Ao todo são 24 áreas cultivadas por 900 famílias de produtores urbanos. As hortas espalhadas pela capital paranaense garantem alimentos in natura saudáveis para as famílias e o cultivo serve como terapia e socialização, pois muitas pessoas vivem sozinhas.

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WhataFuck vai inaugurar nova loja com 500 hambúrgueres a R$ 1 e sorteio de viagem para Nova York

WhataFuck vai inaugurar nova loja com 500 hambúrgueres a R$ 1 e sorteio de viagem para Nova YorYork

O evento vai comemorar o lançamento da nova loja em Curitiba com sorteio de viagem, distribuição de vouchers, doação para organização beneficente e, claro, muito hambúrguer

A rede WhataFuck, maior hamburgueria artesanal de Curitiba vai abrir as portas de sua terceira unidade na capital paranaense com um evento imperdível na próxima quinta-feira, dia 17 de janeiro. Serão distribuídas 500 senhas que darão direito a compra de um dos tradicionais hambúrgueres da casa (carne ou vegetariano) por apenas R$ 1. Além disso, com a senha, os participantes vão concorrer a uma viagem de uma semana para Nova York com direito a um tour pelas principais hamburguerias da cidade guiado por ninguém menos que os sócios proprietários da rede, Daniel Mocellin e Guilherme Requião.

Durante o evento, ainda serão distribuídos aleatoriamente junto com os sanduíches alguns vouchers de R$ 300 em compras na Öus Brasil, marca curitibana que se tornou uma das principais referências nacionais na produção independente de calçados. Além disso, o lucro obtido no dia com a venda dos hambúrgueres será revertido integralmente para o TETO, organização internacional dedicada a melhorar as condições de moradia em comunidades carentes.

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