Inverno exige cuidados especiais com a pele
Homens, mulheres e crianças precisam de atenção diferenciada para cada tipo de pele
Durante o inverno, por conta da baixa umidade do ar e temperaturas mais frias, a transpiração do corpo diminui, fazendo com que a pele fique mais seca. Além disso, banhos mais quentes e mais longos, provocam a remoção da oleosidade natural da pele de forma mais intensa. “Dessa forma, eles diminuem o manto lipídico que retém a umidade da pele, deixando-a mais seca e com aspecto esbranquiçado”, explica a dermatologista da Unimed Curitiba, Rossana Spoladore.
A orientação é usar hidrante corporal logo após sair do box, aproveitando o vapor pós-banho que auxilia na penetração do creme na pele. Para as peles oleosas é preciso evitar utilizar hidratantes comuns no rosto, dando preferência para aqueles que são específicos para esse tipo de pele.
A pele das crianças e bebês também requer alguns cuidados especiais. “Além do uso de hidratantes específicos, é preciso ter atenção com o tipo de roupa, preferindo as de algodão em contato direto com a pele, evitando lãs e tecidos sintéticos que podem piorar quadros de dermatites”, explica a doutora.
Existem algumas doenças que podem ser potencializadas por conta desse ressecamento, como dermatite seborreica e psoríase. “A dermatite seborreica ocorre principalmente nas regiões com pelos, como o rosto e couro cabeludo. É uma descamação da pele causada pela desregulação sebácea, com aumento da oleosidade que gera descamação e coceira”, comenta a especialista.
Já a psoríase é uma doença relativamente comum, crônica e não contagiosa e que atinge igualmente homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos. “Fenômenos emocionais são frequentemente relacionados com o surgimento desta doença, provavelmente potencializando uma predisposição genética, porém a real causa da psoríase ainda é desconhecida”, ressalta Rossana.
Dicas para o dia a dia
A especialista listou algumas dicas simples, mas que são muito importantes nesta época do ano, como tomar banhos mais rápidos, com sabonetes neutros e hidratantes, evitando a temperatura muito quente da água. Imediatamente após o banho é preciso passar um hidratante adequado ao tipo de pele.
“Outro hábito importante é manter o uso de protetor solar mesmo no inverno para proteger da radiação ultravioleta. Além disso, é preciso manter a ingestão regular de líquidos, somando dois litros ao dia”, afirma a especialista. Devido ao frio, os lábios também tendem a ficar mais ressecados, por isso é preciso usar protetores e hidratantes labiais.
“A alimentação saudável, rica em vitaminas e antioxidantes contribuem para uma pele mais forte e bonita, não apenas no inverno, mas também a longo prazo, pois ajudam a prevenir o envelhecimento”, ressalta Rossana.
Ela indica a ingestão de frutas ricas em vitamina C como morango, laranja, mexerica, limão e cereja, bem como vegetais como brócolis, repolho e cenoura. A soja é outro alimento que deve ser adicionado à dieta saudável, pois é rica em isoflavonas – substâncias que evitam o ressecamento e melhoram a elasticidade da pele. Adicione também castanhas, nozes e amêndoas, que são ricas em vitamina E, selênio e antioxidantes, importantes aliados para manter a pele saudável e bonita.
A atividade física também merece atenção com o frio. “Em temperaturas mais baixas, o corpo passar a ser agredido. Por isso, é preciso estar bem agasalhado e hidratar a pele se for praticar atividades físicas em locais abertos”, afirma a dermatologista.
A médica da Unimed Curitiba lembra que o tabagismo causa envelhecimento precoce da pele, sendo que a nicotina provoca a contração dos vasos sanguíneos, diminuindo o fluxo de sangue, oxigênio e nutrientes para as células. “Com isso, a formação do colágeno e das fibras elásticas que sustentam a nossa pele é reduzida. A nicotina também produz radicais tóxicos que destroem as fibras já existentes, reduzem a hidratação da pele e os níveis de vitamina A”, assevera.
Já a ingestão de álcool reduz a reserva de água do corpo. Isso acontece porque o corpo gasta nove moléculas de água para metabolizar uma molécula de álcool etílico, em um processo semelhante ao da digestão. Quando não há água suficiente, ela começa a ser retirada de tecidos periféricos. “Perder água afeta a pele, diminuindo o viço e colaborando para o ressecamento e a descamação. Além disso, o álcool também estimula a produção de radicais livres, que entram em contato com células sadias do corpo danificando sua estrutura, causando envelhecimento precoce e flacidez”, conclui Rossana Spoladore.