O mito da caverna tecnológica

O mito da caverna tecnológica

Antonio Rios*

Há algumas semanas, ouvi uma conversa entre dois amigos que estavam há muito tempo sem “colocar as novidades em dia”. Durante o bate-papo, um deles contou sobre seus planos profissionais e citou - meio que en passant - sobre o desafio de educar sua filha pré-adolescente em tempos de home office e aulas on-line. Como entusiasta do setor de educação há vários anos, transportei minhas atenções ao relato do pai e busquei entender, sem interferir no diálogo, qual era sua visão sobre “a nova realidade” do ensino.

Tanto o pai, quanto a filha, atualmente com onze anos, precisaram adequar suas rotinas e até mesmo os cômodos da casa para comportar as “novas” estações de estudo e trabalho. Em certo momento, o outro interlocutor questionou seu amigo se ele aprovava a mudança, e a resposta não foi nem positiva, nem negativa, mas satisfatoriamente (pelo menos, para mim) neutra, presente em meio àqueles tons acinzentados das verdades não-absolutas, que parecem não existir mais em tempos de julgamentos precipitados pela sociedade, insuflados pelas redes sociais.

Dizia o homem que sua filha pôde ficar segura em seu quarto nos últimos doze meses, longe o bastante do vírus, para estudar os conteúdos do 5° ano enquanto assistia a professora pela tela do computador ou smartphone. Então pensei comigo mesmo: ótimo para a jovem, mas essa não é a realidade de grande parte dos brasileiros. O IBGE calcula que 4,3 milhões de estudantes entraram na pandemia sem acesso algum à Internet, seja por falta de dinheiro para contratar o serviço ou comprar aparelhos, seja por indisponibilidade do serviço nas regiões onde viviam.

Por outro lado, a garota também sofreu com a saudade dos colegas e até mesmo de todos os rituais que envolvem uma rotina dentro da sala de aula. Todos sabemos o que isso significa, ainda mais em uma idade em que buscamos nossa própria identidade. Nesse contexto, a tecnologia pode ajudar de forma consistente o processo de aprendizado, mas não pode jamais ser a única chave para uma revolução no sistema educacional, concluímos os três - os dois amigos e eu, o bisbilhoteiro - após uma produtiva e amigável discussão entre eles.

O educador Jon Bergmann, criador da teoria da “sala de aula invertida”, defende essa ideia há vários anos. Ele acredita que a tecnologia não deve ser o “ponto de ebulição” do novo momento da educação, mas sim uma ferramenta a mais para que professores e instituições busquem aumentar o engajamento dos estudantes. A aula virtual é um caminho sem volta, mesmo após o fim da pandemia, não podemos negar, mas não deve ser encarada como primeira opção para os ensinos primário e médio. Até porque a prioridade sempre deverá ser a relação professor/aluno, que não pode ser substituída por tecnologia nenhuma.

E as gerações Z e Alpha, nascidas a partir de 1995, têm mostrado que uma mudança na metodologia, e não no formato, precisa ser repensada o quanto antes. Prova disso é o recente relatório divulgado pela Dell Technologies, que concluiu que 85% dos empregos para esse grupo de novos profissionais ainda não foram inventados pelo mercado.

Como preparar esses alunos e estruturar a escola para que capacite de forma cidadã e “antenada” nossos futuros trabalhadores? Essa deve ser a grande pergunta a ser respondida pelo setor de educação no Brasil e no mundo nos próximos anos. A resposta está a caminho e deverá considerar uma visão “fora da caixa”, que esteja conectada aos anseios dos alunos de hoje e do futuro. Mas isso é um tema para um próximo artigo.

*Antonio Rios é Superintendente do Grupo Marista

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Cannoli com cobertura de chocolate é a novidade do chef Henrique Campos para o Figurate Italian Food

Cannoli com cobertura de chocolate é a novidade do chef Henrique Campos para o Figurate Italian Food

Releitura do doce clássico italiano vem com duas opções de recheio, cappuccino ou siciliano

Que o cannoli é o doce italiano mais clássico todo mundo sabe. Mas o chef Henrique Campos, do Figurate Italian Food, em Curitiba, inovou com uma versão achocolatada e com duas opções de recheio. A novidade já está disponível por R$ 11,50 a unidade e os pedidos devem ser feitos pelo aplicativo iFood ou pelo Whatsapp (41) 99246-0112.

O Figurate Italian Food é famoso pelas sobremesas italianas e a releitura do clássico cannoli está disponível na versão Dark Siciliano, coberto com chocolate meio amargo e recheado com creme de ricota doce, e o Dark Capuccino, coberto com chocolate e recheado com creme de ricota e café. A versão tradicional, sem a cobertura de chocolate, também segue no cardápio com massa frita recheada com creme de ricota doce, por R$ 9,50.
“O cannoli tradicional sempre foi um sucesso e por isso resolvi apostar em uma nova versão. É uma excelente pedida para saborear de sobremesa após uma boa pizza ou focaccia”, recomenda o chef Henrique.

Além dos cannolis, o Figurate Italian Food tem no menu pizzas de fermentação natural em diversos sabores, incluindo versões salgadas, doces, sem carne e em formato stick. Mais informações em www.instagram.com/figuratecwb/ e www.figurate.com.br.

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MDGP abre plantão de vendas do Andáz Cabral

MDGP abre plantão de vendas do Andáz Cabral

O espaço reproduz materiais, paisagismo e ambientação do empreendimento, com assinatura do arquiteto Marcos Bertoldi

Com exclusivas 22 unidades em um terreno com mais de 4 mil m², ao lado do Graciosa Country Club, o Andáz Cabral une amplitude, conforto, área verde e localização privilegiada. Essa atmosfera já pode ser sentida no plantão de vendas, assinado pelo renomado arquiteto curitibano, Marcos Bertoldi. A rua tranquila, charmosa, com iluminação especial e rede elétrica subterrânea mostra a proposta acolhedora do projeto.

A reprodução dos materiais do empreendimento no plantão, como o piso fulget, que será usado nos lobbies, e a presença de grandes esquadrias com vidros integrados à área verde proporcionam uma vivência das características do projeto. A maquete, produzida pela WL Maquetes, garante uma visão completa do complexo e suas áreas comuns.

O empreendimento traz conceito de casas verticais, com arquitetura única, espaços amplos e integração com a natureza - destaque para o time de signatures, que apresenta projeto de interiores exclusivo de Bertoldi, do paisagista Marcelo Faisal, de São Paulo, e arquitetura do premiado escritório franco-brasileiro Triptyque Architecture.

Os tijolos produzidos artesanalmente, em uma parceria com duas olarias de São Paulo, a R.O e a Galiotti, trazem charme e sofisticação para a fachada. “O tijolo londrino é uma releitura de uma peça que veio da Califórnia, nos Estados Unidos, mais escuro e com mesclas, o que garante integração perfeita com os vidros e área verde do empreendimento, que traz a alma e aconchego dos edifícios europeus, porém atual e contemporânea”, afirma o diretor da MDGP, o engenheiro Marlus Doria.

O plantão de vendas funciona de segunda a sábado, das 10h às 19h, e aos domingos das 10h às 17h. Mais informações pelo site www.mdgp.com.br/andaz.

Sobre a MDGP

Incorporadora com 14 anos de atuação em Curitiba, reúne profissionais experientes e com vontade de empreender de forma moderna e diferenciada, e tem à sua frente o engenheiro civil Marlus Doria, com 29 anos de experiência no mercado imobiliário. Em suas parcerias, conta com a participação da Aurora Centennial, grupo centenário de origem familiar que opera no Brasil, Estados Unidos e Europa e atua nos setores da indústria da madeira, construção civil, tecnologia e incorporação imobiliária. Saiba mais sobre a MDGP e seus lançamentos acessando www.mdgp.com.br

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Frio intenso aquece vendas de cafés especiais no Sul do Brasil

Frio intenso aquece vendas de cafés especiais no Sul do Brasil

Estimativas apontam menor produção brasileira em 2021; por outro lado, estudos revelam aumento na procura por cafés de melhor qualidade e marca catarinense amplia vendas no período

A massa de ar frio mais intensa de 2021 chegou a vários estados do Brasil. Segundo o Climatempo, entre os dias 29 de julho e 1º de agosto, os dias gelados vão predominar no Centro-Sul, haverá temperaturas negativas em alguns estados e o clima de inverno pode avançar até o sul da Bahia e em parte do interior do Nordeste.

Enquanto a maioria das pessoas deseja permanecer mais tempo dentro de casa ou em ambientes fechados, outros se alegram em pular da cama ainda de madrugada. É o caso do diretor comercial da CCG Representações, Carlo Costa Gallinea, responsável pela expansão da marca catarinense Bonblend Cafés Especiais.

“Esse é o período do ano em que nossas vendas aumentam até 40%. É um prazer ‘madrugar’ para atender os pedidos, agendar as entregas e ver os consumidores apreciando nossos cafés em padarias, lanchonetes, mercados, nos escritórios comerciais ou mesmo dentro de casa”, festeja.

Mais frio, mais vendas

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), o consumo da bebida registra aumento médio de 30% na temporada mais fria do ano e a maior razão é para suprir a falta de calor no corpo.

De olho nesta janela de oportunidades e à gradativa abertura dos estabelecimentos comerciais durante a pandemia, a Bonblend – fundada em 2010 na cidade de Joinville, pelo casal Valéria e Claudimar Zomer – reforçou as negociações com produtores de cafés de todo Brasil, intensificou o trabalho de vendas e conseguiu mostrar aos lojistas e consumidores as diferenças de um café de mais qualidade, com preço justo.

“Essas ações agradaram nossos clientes que preferem degustar um café com aroma e sabor diferenciados e que cabe no orçamento”, explica Gallinea. Segundo o executivo, a empresa já obteve crescimento de 15,4% em relação ao mesmo período de 2020.

A estratégia da marca catarinense veio justamente num período em que a estimativa da safra de cafés no Brasil em 2021 sofre uma redução de 22,6% em comparação a 2020.

De acordo com o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), a menor produção acontece em decorrência da bienalidade negativa; fenômeno que alterna uma safra maior com outra menor, no ano seguinte, além da episódios de estiagem e do frio nas principais regiões produtoras do país.

Grãos especiais caem no gosto e cabem no bolso

Segundo a ABIC, o café é a segunda bebida mais consumida no mundo e perde somente para a água. Estima-se que mais de 2 bilhões de xícaras são servidas diariamente nos seis continentes. Por aqui, 9 entre 10 brasileiros acima de 15 anos apreciam o cafezinho todos os dias.

O volume de sacas de grãos especiais deverá chegar a 1,8 milhão em 2023 no Brasil, de acordo com projeções do banco holandês Rabobank - que fez um estudo sobre o consumo do grão e a produção aqui no país.

Outra pesquisa da consultoria internacional Euromoney mostrou que o café premium tem ganhado espaço no Brasil e cresce média de 15% ao ano, enquanto o grão tradicional expande em torno de 3,5% ao ano.

“Quem degusta um café premium ou gourmet - de melhor qualidade, feito com grãos puros, 100% arábica, sem nenhuma impureza - fica apaixonado pela experiência e cria um novo hábito. É isso que desejamos: inserir na cultura diária do consumidor um café de mais qualidade e preço justo ao maior número de pessoas”, complementa o executivo Carlo Costa Gallinea.

Objetivos

A Bonblend fornece cafés das principais regiões brasileiras, preserva a verdadeira essência de cada terroir e está presente em dezenas de cafeterias, empresas e escritórios de Santa Catarina e do Paraná.

A empresa está ampliando a presença nacional e busca novos mercados dentro e fora do Brasil. Além do site www.bonblend.com.br é possível adquirir a linha de produtos nos principais marketplaces do Brasil.

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Reforma Tributária: como as empresas serão impactadas com a taxação dos dividendos e o fim dos juros sobre o capital próprio

Reforma Tributária: como as empresas serão impactadas com a taxação dos dividendos e o fim dos juros sobre o capital próprio

Brasil é um dos poucos países no mundo que ainda mantém dedução ampla sobre o capital próprio das empresas

A promessa de um novo modelo que irá simplificar a arrecadação de taxas, impostos e contribuições, vem sendo muito debatido com a Reforma Tributária, com o projeto de Lei no. 3.877/2020, que prevê a unificação de diferentes impostos em uma só contribuição, como a criação da Contribuição Social sobre as Operações com Bens e Serviços (CBS), em substituição à atual cobrança de PIS/Pasep e Cofins.

A primeira parte da Reforma foi apresentada ao Congresso Nacional no último dia 22 de julho. Entre as principais mudanças propostas estão a redução da carga tributária, com a minoração da alíquota do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), com redução de 15% para 12,5%, em 2022, e 10%, a partir de 2023. Esta mesma linha será seguida pelo Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), elevando a faixa de isenção de R$ 1.903,28 para R$ 2.500. Segundo dados do Ministério da Economia, a previsão é que o número de brasileiros que vão deixar de pagar o IRPF suba de 10,8 milhões para 16 milhões.

De acordo com Rodolfo Cavali da Luz, advogado e coordenador tributário do Nelson Wilians Advogados, filial de Curitiba, haverá aumento da carga tributária para as pessoas físicas, em razão da faixa de contribuintes que poderiam optar pelo desconto simplificado. “Atualmente o limite para isso é de R$ 83 mil anuais e, segundo a proposta governamental, passaria a ser de R$ 40 mil anuais, o que representa uma elevação da carga tributária de aproximadamente 6,8 milhões de brasileiros”.

Se projeto for aprovado, empresas terão tributação sobre os lucros distribuídos para sócios e acionistas

O Brasil, a Letônia e a Estônia são os únicos países do mundo que ainda não tributam lucros e dividendos nas empresas, distribuídos para sócios e acionistas. Outros países como Croácia, Itália, Áustria e Bélgica já adotaram mecanismos semelhantes, mas reformularam e restringiram os benefícios diversas vezes na arrecadação tributária.

Se o projeto do Governo Federal for aprovado pelo Congresso Nacional, trará mudanças significativas na tributação nas empresas, destacando a taxação sobre os dividendos - que é a parcela do lucro das empresas distribuída entre os donos e os acionistas e uma das principais remunerações nas ações na bolsa de valores, sem que ocorra tributação na Pessoa Física - e o fim dos Juros sobre o Capital Próprio (JPC). “Na proposta enviada pelo Governo Federal ao Congresso, quando da distribuição dos dividendos, ocorrerá a retenção na fonte do Imposto de Renda, à alíquota de 20%. Vale destacar que ficarão a salvo desta tributação micro e pequenas empresas, até o limite de R$ 20 mil mensais”, explica o advogado.

O JCP é a remuneração adicional àquela decorrente da participação nos lucros pago aos acionistas, titulares ou sócios das empresas e representa uma importante ferramenta de planejamento tributário. “Muitos investidores utilizavam deste instrumento, tendo em vista que a tributação sobre tal modalidade de remuneração limitava-se aos 15% de IRPF retidos na fonte, carga menor do que os 25% de IRPJ que estariam sujeitos caso realizasse a operação através da distribuição dos dividendos”, complementa Rodolfo, que também ressalta que com a mudança tributária, esta operação deixará de existir e o JCP não poderá ser mais deduzido na apuração do lucro líquido.

“De um modo amplo, o que se espera da Reforma Tributária é a simplificação da apuração e recolhimento e, na medida do possível, a redução da carga tributária. Nos projetos debatidos no Congresso Nacional, até o presente momento, não há indícios de que vá ocorrer significativa redução da carga tributária. Em que pese o Governo sinalize com alguns benefícios (faixa de isenção do IRPF e redução das alíquotas de IRPJ), a redução da faixa de desconto simplificado e a tributação sobre os dividendos, deverão aumentar os recolhimentos globais em favor do fisco”, comenta o advogado do Nelson Wilians Advogados.

Sobre o Nelson Wilians Advogados

O Nelson Wilians Advogados é o maior escritório full service da América Latina, com filiais em todos os estados do país e representação em diversos países da América Latina, Europa e Ásia. Com cerca de 12 mil clientes e 500 mil processos ativos em sua carteira, o NWADV é a principal referência no país na área jurídica. Mais informações, acesse www.nwadv.com.br.

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