Superação: pesquisadora brasileira que trabalhou na NASA conta como superou a esquizofrenia, doença que atinge 1% da população mundial

Superação: pesquisadora brasileira que trabalhou na NASA conta como superou a esquizofrenia, doença que atinge 1% da população mundial

Norma Reis teve os primeiros sintomas em 2013 e com medicação controlada e acompanhamento médico vive uma vida normal. Preconceito ainda é uma barreira para quem convive com a doença

Em 2008 a funcionária pública e pesquisadora Norma Reis realizou o seu sonho de infância, foi trabalhar na NASA como estagiária. Durante três meses ela viveu uma experiência única e adquiriu conhecimentos com os melhores cientistas do mundo, no Centro de Voo Espacial NASA Goddard - um dos maiores centros espaciais do planeta, gerenciador do telescópio Hubble - na cidade de Greenbelt, próximo da capital Washington, nos Estados Unidos. No período em que esteve lá, Norma pesquisou sobre os eclipses ao longo dos séculos: como as diferentes civilizações reagiam ao fenômeno, resultando, posteriormente, no livro “The Space Education Phenomenon at NASA, Brazil and Beyond”, da Editora Norte-Americana Nova Publishers, que aborda como a educação espacial pode contribuir para melhorar o ensino em sala de aula. Na época, seu caso teve grande repercussão, sendo destaque no noticiário brasileiro.

“Eu sempre quis ir pra NASA. Desde os oito anos eu já entrava no site e aos 13 anos mandava cartas para lá. Meu pai, Antonio Oliveira Reis, me incentivou a estudar inglês para entender a área espacial. Minha mãe, Antonia Reis, que já é falecida, também me incentivou muito, estando presente nas feiras de ciências do colégio quando apresentava meus trabalhos sobre Astronomia e Astronáutica. Para conseguir o estágio na NASA, comecei a entrar em contato com cientistas da NASA e recebi várias negativas, mas um dos cientistas acabou me aceitando no projeto, que abriu as portas para mim junto com a Universidade. Uma pessoa que me ajudou imensamente no meu sonho junto a NASA foi Olga Anna Gioppo, do Soroptimist International. Gracas a ela, consegui dentre outras coisas uma bolsa de estudos para a Universidade”, explica Norma que, depois de nove meses cursando mestrado em gerenciamento espacial na International Space University (ISU), em Estrasburgo, na França, conquistou a aprovação para estagiar em uma das maiores agências espaciais do mundo. Após a experiência na NASA, Norma retornou para o Brasil e teve a oportunidade de desenvolver diversas parcerias, além de capítulos de livros, artigos, eventos e palestras sobre a sua experiência para alunos e professores.

Mas em 2013 a pesquisadora foi surpreendida com o diagnóstico que iria mudar a sua vida e os seus planos. Após ter diversos delírios, Norma descobriu que sofria de esquizofrenia, transtorno mental caracterizado por alterações no pensamento, como alucinações, delírios, problemas de raciocínio, apatia, diminuição da psicomotricidade e falta de motivação. “Estava no meio de um projeto de astronomia astronáutica e ciências espaciais para os estados, viajando para diversas regiões do país. Foi neste momento que surgiu a esquizofrenia na minha vida. Acredito que um sentimento inconsciente de culpa me fez ter os delirios. Comecei a ter delírios e mesmo com o diagnóstico não acreditei”, lembra.

Durante quase quatro anos, a pesquisadora sofreu com os delírios e o primeiro tratamento não teve o resultado esperado, sendo internada em duas ocasiões por conta dos surtos. “Eu só fui despertar para a realidade da esquizofrenia quando parei de ter delírios, em 2016, depois de uma internação e um surto psicótico. Cheguei a danificar o apartamento que eu morava, desenhei nas paredes, quebrei copos, joguei computadores e dinheiro pela janela, porque fiquei sem medicacao. Pensei em suicídio e perdi muito amigos, destruí muitos memórias da NASA, como centenas de fotos”, conta.

Para controlar a esquizofrenia, hoje em dia Norma tem acompanhamento médico e psicológico e faz tratamento com injeções mensais de medicamento. Ela afirma que nunca mais teve delírios, vivendo uma vida normal e com a doença controlada, já que não tem cura. “Após os delírios passarem com o tratamento, acabei tendo os sintomas negativos da esquizofrenia, como apatia, indisposição, ausência de prazer, como a vida fosse preto e branco. O que me salvou, além do tratamento, foi o amor do meu pai e a busca pelo conhecimento. Eu acreditava que deveria haver uma possibilidade para mim, além da medicina convencional. Eu acreditava que o conhecimento poderia ajudar a me transformar. Eu fiz, dentre outros cursos, o Método CIS do Master Coach Paulo Vieira, o treinamento Holo Cocriacao da Elaine Ourives, e a Academia da Produtividade, de Geronimo Theml. Aprendi no Método CIS, por exemplo, o conceito de neuroplasticidade, por exemplo, segundo o qual o cérebro pode continuar evoluindo ao longo de toda a vida, com base nas experiencias a que somos expostos", diz.

A ex-estagiária da NASA atualmente se dedica aos cuidados de seu pai, que já é idoso, acamado e é uma pessoa com deficiência visual e necessita de tratamentos especiais. Recentemente, iniciou os estudos em Coach Integral Sistêmico e, nas horas vagas, ensina inglês em aulas particulares. “Hoje tenho agenda e me organizo, tenho horário para levantar e dormir, faço atividade físicas. Tenho outra vida, inclusive meu sonho é trabalhar novamente na NASA, mesmo que seja por um período temporário”, comenta Norma.

Preconceito ainda é uma barreira para quem tem esquizofrenia

A esquizofrenia atinge cerca de 1% da população mundial e muitas pessoas que sofrem desta doença, além de ter que lidar com todos os sintomas, precisam enfrentar um outro efeito colateral: o preconceito. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, 23 milhões de pessoas no mundo têm esquizofrenia. Somente no Brasil, dois milhões de brasileiros apresentam o distúrbio.

Os portadores de esquizofrenia não oferecem perigo às pessoas e devem ser acolhidos e cuidados, é o que pontua a psiquiatra Patricia Piper. “Quando os sintomas de esquizofrenia estão ativos, o que se chama leigamente de ‘surto’, a pessoa pode manifestar comportamentos muito estranhos, como parecer falar sozinho, se movimentar de forma estereotipada ou ter conversas incoerentes e por vezes agressividade”, complementa.

Ainda de acordo com a especialista, não existe uma causa específica para desenvolver a doença, mas existem fatores associados, como traumas e fatores genéticos. O distúrbio pode se manifestar entre os 15 e 35 anos. “Ter familiares de primeiro grau com o transtorno aumenta as chances de ter também, mas isso não é regra. A esquizofrenia é um transtorno mental crônico e sem cura, porém quem sofre desta doença pode ter uma vida normal, através de remédios controlados, que incluem o uso de psicofármacos, psicoterapia, terapia ocupacional e outras modalidade de assistência a depender da necessidade de cada paciente", explica.

Norma Reis lembra que já teve um episódio que sofreu preconceito por causa da doença. “Uma vez, teve um episódio que fui conversar com uma amiga e ela se afastou de mim, me empurrou com as mãos, não quis chegar próximo porque tinha medo dos meus delírios. Pessoas com este distúrbio ou outras doenças mentais sofrem muito preconceito”, relata a pesquisadora e ex-estagiária da NASA.

Sobre Norma Reis

Formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tem mestrado em Administração Espacial pela International Space University (ISU), em Estrasburgo, na França. É ex-estagiária do Centro de Voo Espacial NASA Goddard (verão de 2008) na condição de estudante de M.SC em Administração Espacial pela ISU. Atualmente é funcionária pública federal e Coach Integral Sistêmico, formada pela Febracis. Nas horas vagas é professora particular de inglês.

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Cinco dicas para manter uma boa alimentação durante a quarentena

Cinco dicas para manter uma boa alimentação durante a quarentena

Variar os alimentos e se atentar ao modo de preparo são algumas práticas que podem auxiliar a enfrentar esse desafio

Com o avanço da pandemia, as medidas para conter a disseminação da Covid-19, como o isolamento social e o trabalho remoto estabelecido, podem afetar a rotina alimentar.

Manter uma boa nutrição é crucial para a saúde, especialmente em momentos em que o sistema imunológico pode precisar se defender. “Existem maneiras de manter uma boa alimentação, mesmo durante esses tempos difíceis. Planejar as refeições com antecedência e variar os alimentos, ao invés de limitar as mesmas opções todos os dias, são práticas que ajudam na boa nutrição”, comenta a nutricionista do Comitê Umami, Marilia Zagato.

Variar os alimentos

Em situações mais estressantes é comum que o corpo demande alimentos mais calóricos. Marilia explica que o ideal é criar o hábito de variar os alimentos e experimentar todos os gostos, incluindo o amargo e umami. “Um gosto pode auxiliar na aceitação de outro. Os alimentos umami conferem mais sabor às preparações de pratos leves e nutritivos. Isso acontece porque são ricos em proteínas ou em aminoácido glutamato. Antes da refeição principal, aposte em uma entradinha com mix de folhas verdes e tomate-cereja. Por conferir o gosto umami, o tomate alivia a sensação de amargor das verduras e melhora o paladar”, afirma.

Modo de preparo

Após a escolha dos ingredientes, o próximo passo é o modo de preparo dos alimentos. “Consumir o alimento cru pode ser uma boa opção por não passar por um processamento térmico, que, muitas vezes, reduz os valores nutricionais, e também torna a preparação mais prática. No entanto, aquecer o alimento inativa a ação de possíveis microrganismos presentes por falta de higiene ou cuidado no armazenamento. Esses fatores podem ser evitados se as boas práticas de manipulação e higienização forem seguidas adequadamente”, comenta a nutricionista.

Redução de sal

Na hora de temperar, o sal é um dos grandes dilemas na cozinha: ao mesmo tempo que deixa a refeição mais saborosa, também possui grande quantidade de sódio. Nesse contexto, o glutamato monossódico (MSG) é um grande um aliado por conter apenas 1/3 da quantidade de sódio presente no sal de cozinha. “Experimente utilizar metade de glutamato monossódico e metade de sal. Por exemplo, se você utiliza 1 colher (chá) de sal na preparação de 1 xícara (chá) de arroz, pode equilibrá-la com meia de sal (2,5 g) e meia de glutamato monossódico (2,0 g). Fazendo isso você mantém a aceitação do prato e reduz até 37% do teor de sódio”, explica a especialista.

Consumo de fibras

Marilia também reforça a importância das fibras. “A fibra contribui para um sistema digestivo saudável e oferece uma sensação prolongada de saciedade, o que ajuda a prevenir excessos. Para garantir uma ingestão adequada, inclua vegetais, frutas, leguminosas e alimentos integrais em todas as refeições. Aposte em alimentos integrais como aveia, arroz integral e quinoa”, informa.

Fique hidratado

Uma boa hidratação é fundamental para a saúde. “A água contribui para o bom funcionamento do organismo. Para realçar o seu sabor, podem ser adicionadas frutas frescas ou congeladas, como rodelas de limão-siciliano. Além disso, outros elementos, como pepino, hortelã ou alecrim, também são boas opções para deixá-la mais refrescante”, sugere a nutricionista.

UMAMI

É o quinto gosto básico do paladar humano, descoberto em 1908 pelo cientista japonês Kikunae Ikeda. Foi reconhecido cientificamente no ano 2000, quando pesquisadores da Universidade de Miami constataram a existência de receptores específicos para este gosto nas papilas gustativas. O aminoácido ácido glutâmico e os nucleotídeos inosinato e guanilato são as principais substâncias umami. As duas principais características do umami são o aumento da salivação e a continuidade do gosto por alguns minutos após a ingestão do alimento. Para saber mais, acesse www.portalumami.com.br e acompanhe também pelas redes sociais facebook.com/gostoumami e instagram.com/ogostoumami.

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Street 444 promove mês dos namorados

Street 444 promove mês dos namorados

Durante todo mês de junho, um menu especial para os casais comemorarem o amor, com entrada, prato principal e sobremesa, e até opção de vinho para harmonizar

Dia 12 de junho é comemorado o Dia dos Namorados. Para celebrar o amor, o Street 444 promove o mês dos namorados, com menu especial com entrada, prato principal e sobremesa, criado pelo chef da casa, Adriano Sadowick, a preços promocionais, exclusivo para delivery, enquanto o decreto 940 da Prefeitura de Curitiba estiver em vigor.

A sugestão, para iniciar, é salada verde com figos grelhados de entrada. No prato principal, é possível optar pelo mignon com risoto de parmesão ou risoto de camarão. Como sobremesa, um pote de sorvete de 200ml da Milk, no sabor a escolher. Além disso, é possível harmonizar a refeição vinho Alecrim português branco ou tinto. O valor para o casal é de R$190 sem vinho ou R$250 com a garrafa inclusa.

Durante todo o mês, o menu habitual da casa também segue funcionando normalmente, com opções de massas, carnes, frutos do mar, sopas e pizzas.

O Street 444 fica na Alameda Presidente Taunay, 444. Os pedidos podem ser feitos pelo iFood ou pelo telefone (41) 3044-0444.

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Indústria: transformação digital melhora produtividade

Indústria: transformação digital melhora produtividade

Evento online, da Fundação Cabral e da JValério, discute os desafios da implementação 4.0; inscrições gratuitas estão abertas

A 1ª Revolução Industrial foi no final do século XVIII quando as máquinas à vapor substituíram a força humana e animal, sobretudo na indústria têxtil e locomotiva. Na 2ª fase a introdução da energia elétrica trouxe ganhos significativos para o setor produtivo. Na 3ª etapa assistimos ao aprimoramento dos processos e da qualidade a partir do aperfeiçoamento nas áreas de informática, eletrônica e robótica. Foi nesse momento da história que a tecnologia começou a mudar a realidade dos chãos de fábrica mundo afora até a chegada da 4ª Revolução Industrial, a chamada de "Indústria 4.0”, que vivenciamos na atualidade.

Nesse período, que também pode ser compreendido pelo termo “Manufatura Avançada”, a tecnologia de informação, a ciência de dados e a inteligência artificial têm um papel relevante na atividade industrial. “A Indústria 4.0” busca soluções inteligentes e a chamada transformação digital, que virou uma realidade na crise da Covid-19, extrapola a criação de ferramentas para melhorar o relacionamento com o cliente, como o avanço do e-commerce e a ascensão dos marketplaces. A digitalização está presente em todos os departamentos da organização e permite o aumento exponencial da produtividade”, explica Clodoaldo Oliveira, diretor da JValério Gestão e Desenvolvimento, filiada à Fundação Dom Cabral (FDC), no Paraná, Rondônia e interior de São Paulo.

Oliveira acrescenta que, apesar de ser uma tendência, a Indústria 4.0 exige uma mudança na cultura das organizações e é permeada de desafios. E esse é o tema de uma live que faz parte dos Encontros Setoriais, que discutirá “Contexto, Perspectivas e Exigências para se ter sucesso”, promovida pela FDC e pela JValério. O evento online será no próximo dia 9 de junho, das 18 às 18h30. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no link: https://bittylink.com/rjo.

A live conta com a participação do professor da FDC, Carlos Arruda, do economista Adriano Morais e do industrial Matheus Gois, CEO da Hidronotre, que atua no setor de tintas, em Cambé, no norte do Paraná. Ele participou do Programa Parceiros para Excelência (PAEX), uma iniciativa da FDC voltada empresas de médio porte interessadas em profissionalizar sua gestão empresarial. Com a experiência no PAEX a Hidronorte conseguiu reduzir sua dívida em 33% e cresceu o EBITA em 502%.

Indústria evoluiu pouco na transformação digital

Carlos Arruda conta que, em comparação a outros setores, como o varejo, o agrícola e a da saúde, os manufatureiros evoluíram pouco em termos de transformação digital. E as perspectivas para quem não absorver as tecnologias digitais, segundo o professor da FDC, não são boas. “A indústria é orientada pelo business to business e não avançou no digital. E esse é um grande desafio. A adoção de novas tecnologias, sobretudo para melhorar processos, é marginal”, aponta Arruda.

Ele destaca ainda que pesquisas internas, com clientes da FDC, que recorrem à instituição em busca da formação continuada na área da gestão, 60% reconhecem que não estão prontos para ingressar na jornada da digitalização. “Principalmente com a chegada da crise gerada pela Covid-19, que acarretou em perdas na produtividade e na área financeira, pode parecer contraditório investir na transformação digital. Na relação com o cliente, na análise de dados, a tecnologia é usada com mais força. Mas no processo produtivo ainda é retraída. No entanto, o emprego de tecnologias dentro das fábricas pode gerar ganhos de 20% a 30% na produtividade. Está na hora de recorrer à automatização e à inteligência artificial como um diferencial competitivo”, salienta o professor da FDC.

Indústria 4.0: aqui e agora

A Covid-19 nos aproximou da transformação digital, que pode ser vista a olhos nus. Basta olhar para os restaurantes: aqueles que não ofereciam delivery agora estão usando aplicativo de celular ou site de compras. É o setor de alimentação aderindo à indústria 4.0.

Apesar das dificuldades impostas pela pandemia na gestão corporativa, todas essas mudanças têm um fator positivo, na opinião de Clodoaldo Oliveira. “A mudança antecipa o futuro e está tornando a transformação digital em algo natural, que faz parte do mundo dos negócios. A internet promoveu novas experiências, assim como as tecnologias digitais, que impactaram a nossa vida seja no ponto de vista de produto, de serviço, além de possibilitarem o aumento de produtividade e trouxeram agilidade para grande parte dos processos”, enfatiza.

Inovação deve ser prioridade

O professor da FDC argumenta que a previsão de crescimento na economia brasileira, em 2021, será na ordem de 4% e que nem todos os segmentos da indústria conseguirão alcançar essa margem. Para ele, para tornar o quadro mais favorável, o caminho é olhar para o futuro e investir em inovação, para se recuperar nos anos seguintes. Outra barreira é a desvalorização do câmbio brasileiro: se por um lado o enfraquecimento do real favorece as exportações, é um entrave para as importações porque muitos insumos das indústrias vêm do exterior.

“A indústria da construção deve crescer aquém da economia brasileira em 2021, mas estamos falando de um caso isolado que não deve se repetir nos demais segmentos da manufatura. Por isso, insistimos numa mudança de pensamento dos industriais: eles precisam estar conscientes sobre o impacto das mudanças tecnológicas para elevar o patamar da produtividade, dentro dos portões das fábricas”, finaliza Arruda.

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Telemedicina mostra eficiência na cirurgia plástica

Telemedicina mostra eficiência na cirurgia plástica

Atendimento remoto permite avaliação, acompanhamento no pós-operatório e proximidade do médico com pacientes que moram no Exterior

Realidade em várias especialidades médicas, a telemedicina tem se mostrado um recurso eficiente também nas clínicas de cirurgia plástica. “Em tempos de pandemia, esta é uma ferramenta que permite uma conexão segura com o paciente para atendê-lo nas mais variadas necessidades”, observa o médico Juliano Pereira, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Com as recomendações para o isolamento social, uma forma de evitar a disseminação do novo coronavírus, causador da Covid-19, a procura dos pacientes por atendimento remoto, segundo Pereira, aumentou em cerca de 50%.

Em 16 de abril de 2020, por meio de decreto presidencial, foi sancionado o Projeto de Lei nº 13.989/20, que permite o uso da telemedicina durante a pandemia de Covid-19. Desde então, o recurso passou a ser prática diária nos consultórios médicos, incluindo as clínicas de cirurgia plástica do Brasil.

De acordo com levantamento realizado com 900 associados da SBCP, 43% dos cirurgiões plásticos brasileiros passaram a atendimentos on-line após o decreto presidencial. “No período de pandemia, a ferramenta é um acessório importante na avaliação pré-operatória, no acompanhamento de pacientes a distância e também no seguimento tardio no pós-operatório”, afirma Juliano Pereira, ressaltando que o exame físico permanece como uma exigência essencial nos procedimentos de cirurgia plástica e dificilmente será substituído por exames virtuais.

O atendimento “sem fronteiras”, propiciado pela telemedicina, fez com que a procura aumentasse em 50% na clínica de Juliano Pereira. A ferramenta tem favorecido também as consultas on-line com pacientes que moram fora da cidade, em outros Estados e mesmo em outros países. “Em avaliações e mesmo no pré-operatório, a consulta remota costuma adiantar as etapas de preparação para os procedimentos”, observa o cirurgião plástico, que só neste ano já atendeu remotamente pacientes do Japão, Estados Unidos, Portugal, Inglaterra e Austrália.

No dia a dia de clínicas e consultórios, o aprimoramento e o uso cada vez mais intensificado da telemedicina, como demonstra a pesquisa realizada com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, vai permitir, de acordo com os especialistas ouvidos no estudo, aumentar a eficiência dos cuidados no pós-operatório e nos cuidados com pacientes que sofreram queimaduras, por exemplo. Facilidade de comunicação com as equipes médicas e conexão com pacientes que estão distantes dos principais centros, sem que isso afete a qualidade e a precisão dos serviços prestados, foram os outros dois pontos citados.

“Vale a pena destacar que para o cirurgião plástico a teleconsulta, no estágio em que nos encontramos na pandemia, é eficiente para orientar o paciente”, diz Juliano Pereira. “O exame físico continua sendo importante e é fundamental para que possamos decidir sobre os procedimentos que precisamos realizar”, conclui.

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